sábado, 10 de novembro de 2007

Puseram a lápide sobre a Metáfora


Certo dia, alhures, entre umas e outras geladas iniciou-se uma discussão meio que tautológica sobre “comparação”. Havia lá um mestre, dos de academia, que talvez muito mais por efeito do álcool que de sua sapiência, bradou: “só se compara o que é igual” e eu, pobre graduando, ousei a dizer: “qual a finalidade de se comparar o que é igual?”. Houve lá uma resposta para minha indagação tão parabólica que nem sequer sobrou resquícios dela em minha memória, então continuei: “só comparamos o que é diferente, visto que podemos encontrar pontos em comum” mas o mestre falou, ou melhor bradou: “Não! O que é diferente é diferente.” E eu o parafraseei: “E o que é igual, é igual”... e por aí foi. A mesa ficou a favor do mestre, pois muito esperto, usou do expediente de D. Pedro e ganhou no grito. Quanto a mim, sem séqüito algum, mal com alguns trocados para pagar a minha parte na conta, coube assistir o sepultamento da metáfora e mandar meus pêsames a família das figuras de linguagem. Que Deus a tenha num bom lugar.

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Formado em história, mestrando em educação. Educador social (trabalho com prevenção às droga) Tenho como hobby, a dramaturgia, escrevi algumas peças teatrais e tenho um livro publicado nesta área.