Na nossa sociedade atual, dominada, pelas modernas condições de produção e alienação para o consumo, tudo transforma-se em mercadoria: o mineral, o vegetal, o animal ... o discurso, a notícia, a imagem, a face, o face ... Assim, o real sai de cena e a vida, como nos dizia Guy Debord, é apresentada como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. Tudo vira espetáculo. Mas, que pena, não podemos chamar essa nossa sociedade de espetacular, ela é fundamentalmente espetaculista e quanto a nós, meros mortais: adereços decorativos. "Luz, câmera, ação!"
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
OS ESTUDANTES E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE "ESQUERDA"
Fico feliz por ver os jovens de Teresina protestando e manifestando-se a favor de seus direitos, isso sinaliza para uma ideia de conscientização política. É difícil se conseguir na prática algum resultado com o discurso do tipo: "manifestar pacificamente"... Isto que os jovens estão fazendo não é uma ação (disso ainda são muito incipientes, no que se refere a atitudes políticas), mas uma reação e eles reagem proporcionalmente à agressão que sentem. Será o valor de uma passagem o cerne desta celeuma? Ou isto seria o reflexo de um quadro de insatisfação generalizado com as instituições públicas? Já passamos da fase de mirar nossas munições argumentativas para verbalizar contra, meramente, o aparato policial, este expediente não serve mais, ele é anacrônico, servia nos anos 60 e 70 num contexto que nós conhecemos, a ditadura militar. Isso soa como se a luta fosse simplesmente contra as instituições de segurança pública, e não o é. Uns até lançam mão de um reducionismo ocioso e nefasto à luta dos jovens, “Polícia X Estudantes”, indubitavelmente isso empobrece o debate, aliás, colocações falaciosas não faltam nesses momentos. Acredito nas manifestações, no “ir às ruas” no protestar, mas, falta-nos alçar outros voos, dentro desta conjuntura que nos é favorável. Precisamos exercer nossa cidadania e otimizar nossa participação na representatividade político-administrativa. Mas, a despeito disso, caiu 18%, nas eleições de 2008 e 2010, o número de jovens eleitores entre 16 e 17 anos (e que não são obrigados a votar), segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Este é o menor percentual de jovens inscritos nas últimas três eleições. As verdadeiras revoluções têm um papel corrosivo, como assevera a historiadora brasileira Emília Viotti. Precisamos, portanto aprender a agir mais, e não apenas reagir, ou seja, precisamos de pro-atividade e não apenas reatividade. Não é apenas a passagem de ônibus que está subindo, mas a corrupção, o “coronelismo” e o “voto de cabresto” que se remodelam e tantos outros males neste Estado Democrático de “Esquerda”.
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Quem sou eu
- Waldílio Siso
- Formado em história, mestrando em educação. Educador social (trabalho com prevenção às droga) Tenho como hobby, a dramaturgia, escrevi algumas peças teatrais e tenho um livro publicado nesta área.